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Morrendo abraçados

Pesquisa divulgada pelo Datafolha no sábado (23) revelou o que já se esperava após o início do horário político no rádio e na televisão: houe em São Paulo uma mudança substancial nos índices de intenção de voto nos candidatos a prefeito. Geraldo Alckmin (PSDB), que vinha mantendo empate técnico com Marta Suplicy (PT) teve uma queda brusca, caindo dos 34% da úlima pesquisa para 24%. A ex-prefeita, graças a propaganda agressiva de seu partido, subiu para 41%, enquanto Gilberto Kassab (DEM) oscilou de 12% para 14%. Paulo Maluf (PP) continua onde estava.
 
     Mas o que está chamando a atenção nessas campanhas é a notória divisão no PSDB, que já vinha se desenhando desde as pré-candidaturas, e agora está mais evidenciada. Uma grande parcela de tucanos não apóia o candidato de seu partido (Alckmin) e prefere subir no palanque de Kassab. Vale repetir que os partidos de ambos foram aliados nas últimas eleições e que Kassab assumiu a Prefeitura na condição de vice de José Serra, prefeito que se elegeu governador, e que é do PSDB.
 
     São do PSDB também os vereadores Carlos Bezerra e Adolfo Quintas, o secretário municipal da Educação, Alexandre Schneider, e o subprefeito de Itaquera, Laerte Teixeira. Mas eles e dezenas de outros tucanos estiveram presentes na inauguração de um comitê de Gilberto Kassab, em Itaquera, no domingo (24).
 
     E ambos fizeram discursos à favor de Kassab e até criticaram Alckmin, como o secretário da Educação, que contestou as críticas que o candidato do PSDB faz em relação ao número de vagas nas creches. 'É despeito', atacou Schneider, informando que até 2004 havia 62 mil vagas em creche, e Kassab criou mais 43 mil em apenas três anos. O secretário  esqueceu de dizer, porém, que grande parte das creches por ele entregues foram iniciadas na gestão de José Serra. Aliás, praticamente tudo, com exceção do Cidade Limpa e ações como a proibição de tráfego de caminhões, teve como base o início e a estrutura da gestão de Serra.
 
     Por tudo isso é que a situação dessas duas candidaturas está para lá de incômoda. Se Alckmin ataca os problemas da cidade, atinge em cheio o atual prefeito, que já foi seu aliado e o governador José Serra, que foi o prefeito anterior; na contra-partida, se Kassab ataca Alckmin, que já foi governador com um vice de seu partido (Cláudio Lembo), respinga lama em José Serra, e em muitos de seus atuais subprefeitos, bons administradores nomeados por Serra. 
 
    Sem dizer que as palavras 'lealdade', 'ética', 'coerência', utilizadas pelos tucanos na inauguração do comitê em Itaquera, não cabem absolutamente nesta postura política entre DEM/PSDB. Elas podem ser perfeitamente substituídas por traição, oportunismo, individualiismo, deserção...

 
Por: Moacyr Custódio

 
 
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