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A Amazônia (ainda) é nossa!

              Em um de seus últimos discursos, o senador Jefferson Péres, falecido no mês passado, disse: 'Não tenho tanto medo da cobiça internacional sobre a Amazônia.Tenho medo da cobiça nacional sobre a Amazônia, da ação de madeireiros, de pecuaristas e de outros que podem provocar, repito, o holocausto ecológico naquela região'. Essa sábia observação, dismistifica a equivocada preocupação do governo e alardes feitos por alguns setores da imprensa de que a Amazônia está sendo vendida para investidores internacionais e de que boa parte de seu vasto território não pertence mais ao Brasil.
 
     É verdade que um multimilionário empresário francês comprou uma grande área na região, conforme mostrou o programa 'Domingo Espetacular', no último domingo, justificando que está 'preocupado' com a preservação, numa deslavada conversa-para-boi-dormir. Mas, se o homem comprou, alguém no Brasil vendeu, ou seja, o governo deixou vender.
 
    É verdade também que uma alta autoridade americana, o senador Al Gore, teria defendido a 'internacionalização' da Amazônia e que autoridades do mundo todo e ecologistas daqui, dali e de acolá pregam a preservação do que chamam de 'pulmão do mundo'. Para aquelas - as autoridades - o presidente Lula respondeu outro dia: quem permitiu o desmatamento em suas terras, que não venham 'pelo amor de Deus' dizer o que temos que fazer com as nossas. E quanto a esses - os ecologistas -, que transmitem a doce imprenção de quem não têm o que fazer...só representam ameaça ao capitalismo, que os engolem com a indiferença do poder.
 
    E os Estados Unidos teriam também riscado a Amazônia do mapa do Brasil nos livros escolares daquele país. E daí?...os traços do papel não mudam a geografia. O que pode mudá-la são guerras, mas o nosso presidente é amigo de infância de todos os grandes estadistas internacionais....
 
    Sendo assim, como disse Jefferson Péres, o problema está aqui. Se não, vejamos: na segunda-feira (2), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) informou que 1.123 km2 da floresta amazônica sofreram desmatamento no mês de abril, uma área com tamanho semelhante ao da cidade do Rio de Janeiro. Em março, o desmatamento havia ficado em 145 km2.
 
    Por esses números, dá para constatar que a devastação aumenta de forma avassaladora. E os plantadores de soja, os madeireiros, os usineiros e os pecuaristas estão bem aqui, sentados em mesas de reunião com nosso presidente e nossos ministros...
 
    Mas não é verdade que a Amazônia será desmatada para plantação de cana-de-açúcar. Lá tem muita água e isso não é favorável ao cultivo de cana. O canavial vai ficar mesmo no Estado de São Paulo e daqui a pouco chegará nas serras da Cantareira e Mantiqueira...
 
MOACYR CUSTÓDIO

 
 
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