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Choros ao vivo

  Só mesmo um terremoto para desviar a atenção da Imprensa sobre o caso Izabella, menina de cinco anos que foi espancada, esganada e atirada do sexto andar do Edifício London, na Vila Izolina Mazzei, Zona Norte da Capital. Na quarta e na quinta-feiras, dias seguintes ao abalo que assustou várias cidades de São Paulo, inclusive a Capital, e outros três estados, o foco se voltou para o tremor de terra, mas o caso da pequena menina brutalmente assassainada nao foi esquecido, é claro.
 
      O fato é que a guerra pela audiência na televisão está fazendo com que cometa-se exageros e um sensacionalismo escancarado quando se trata de casos que geram comoção popular. Sem citar nomes, por questão de ética, mas estamos vendo, na cobertura do caso Izabella, apresentadores de programas jornalísticos que parecem estar no ápice orgasmo quando  falam do caso.
 
     Todas as principais emissoras de televisão instalaram links para entrada ao vivo da casa dos pais da madrasta, em Guarulhos, onde estão 'hospedados' o Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, acusados te ter assassinado a menina, filha do primeiro e enteada da segunda; há links também na casa do dos pais de Alexandre, no Tucuruvi, onde mora também Cristiane, tia e madrinha da menina.
 
     Esta presença diária, com entradas ao vivo a toda hora de jovens repórteres, moças bonitas e inexperientes, mas que dão sempre a mesma mesma informação, mostram a residência e geram imagens na TV, servem para uma coisa: atrair populares, curiosos, desocupados e carolas com cartazes e faixas ávidos por aparecer na televisao e que, perguntados sobre o caso, só sabem dizer a frase 'com certeza'.
 
     Uma prova de que o Jornalismo está ficando de lado: todo mundo sabe que a Rede Globo e a Rede Record travam uma briga, não só pela audiência, mas também pelo poder político, a ponto de a poderosa emissora carioca se tornar católica desde pequenininha. Uma conseguiu uma entrevista 'exclusiva' com o casal Alexandre/Anna Carolina, notoriamente armada pelos advogados de defesa; a outra convenceu o promotor do caso a  dar uma 'exclusiva' para falar tudo o que fala para toda a Imprensa. Nas chamadas e durante as entrevistas, a palavra exclusiva foi pronunciada dezenas de vezes, sendo que na Record o apresentador chegou ao cúmulo de agradecer 'pela audiência e pelo carinho'.
 
     Na Imprensa escrita, páginas mais esclarecedoras podem ser lidas todos os dias. Com mais tempo e pessoal mais competente para apurar as notícias, sobre este e outros casos vale mais à pena ler os jornais do dia seguinte do que este nojento sensacionalismo que transformou a televisão numa coisa exploradora de lágrimas de assassinos, vítimas e de telespectadores, em busca de números que possam colocar uma na frente na outra.
 
MOACYR CUSTÓDIO

 
 
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