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AQUECIMENTO NO FUTEBOL


ELIAS TEIXEIRA
Treinador Profissional de Futebol

ADMINISTRAÇÃO DE TEMPO DE TRABALHO

AQUECIMENTO  NO FUTEBOL

Por aquecimento entendemos um conjunto de atividades cujo objetivo principal é aumentar a capacidade de trabalho para que o organismo possa realizar esforços de maior intensidade. É um processo pelo qual preparamos o organismo para o desenvolvimento das qualidades físicas. Os efeitos do aquecimento são uma série de mudanças, adaptações, a nível fisiológico, mecânico e inclusive psicológico.
Estas adaptações são as que vão facilitar que sejamos capazes de efetuar execuções esportivas de maior qualidade, em maior quantidade e com menor risco de lesionarmos, ou seja, aperfeiçoa nossas prestações: melhoramos a contração muscular e a coordenação, o que evita em grande medida que se produzam acidentes e lesões.
Existem diversos tipos de aquecimento. Para o esporte que nos ocupa, o futebol, e para uma iniciação esportiva ou prática profissional, aconselharíamos a realização de um aquecimento ativo adaptado. Este aquecimento consiste na realização de atividades preparatórias parecidas às que realizaremos na parte principal da sessão, a destacar, corrida continua, movimentos análogos aos chutes de bola, giros e movimentos e gestos habituais do jogo, sem esquecer de fazer alongamentos.
O aquecimento se deve converter em um "ritual", uma rotina que devemos contemplar como uma parte a mais do treinamento, indispensável e ligado ao mesmo tempo.
Como pautas gerais podem dizer que o aquecimento deve contemplar uma atenção especial a nossos "pontos frágeis", ou seja, às zonas que tivermos lesionado ou nas que sentimos algum tipo de incômodo. Por outro lado, o aquecimento deve ser progressivo, deve ser incrementado em sua intensidade, deve se alongar suavemente os principais grupos musculares e os que mais forem exigidos durante a parte principal do treinamento.
A duração do aquecimento vai variar segundo as condições existentes. Os fatores mais importantes que influem na duração do mesmo poderiam ser:
1) Tipo de treinamento (Uma sessão de velocidade, por exemplo, requer mais aquecimento)
2) Condições ambientais
3) Estado físico e psíquico da pessoa
Para um treinamento de futebol um aquecimento "típico", começaria por uma série de alongamentos muito suaves e gerais, com especial atenção às costas e o aparato locomotor: entre 10-20 minutos de corrida muito suave, mobilidade articular, estiramentos mais específicos, umas séries de corrida em progressão sem muita intensidade e já poderíamos começar com a atividade prevista. Com o tempo, o esportista tem de chegar a um grau de auto conhecimento que o permita saber quando está disposto para começar com a atividade prevista, ou seja, deve saber em qual momento o aquecimento já é suficiente para o início da sessão.
CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES DO AQUECIMENTO NO FUTEBOL

Professor Ms. Fabio Aires da Cunha
    A utilização do aquecimento antes de treinamento e partidas de futebol é uma prática comum, em vista disso, é realizada quase que instantaneamente e, em muitos casos, de forma empírica e sem embasamento científico. O conhecimento das características do esporte e da fisiologia humana é de fundamental importância para a programação correta dos exercícios e duração dessa atividade.
Procurou-se nesse artigo, elucidar a importância do aquecimento para a realização de uma atividade física e demonstrar as suas características para o futebol.
CONCEITOS
"Sob aquecimento entende-se todas as medidas, que antes de uma carga esportiva - seja para treinamento ou competição -, servem para a preparação de um estado psicofísico e coordenativo sinestésicos ideal, assim como para a profilaxia de lesões" (WEINECK, 1991, p. 434).
A capacidade de realizar atividades por um período prolongado depende da ativação de três sistemas: sistema cardiopulmonar; sistema circulatório e sistema neuromuscular (BOSCO, 1994). "Ao alcançar a temperatura ideal, todas as reações fisiológicas decisivas para a capacidade de desempenho motor transcorrem com o grau de eficiência mais favorável" (ISRAEL citado por WEINECK, 1991, p. 435).
Para a eficácia do treinamento é necessária a realização de aquecimento sempre antes do mesmo (SCHMID; ALEJO, 2002).
Não se deve confundir aquecimento com alongamento. O aquecimento prepara gradualmente o atleta para a competição, inclusive utilizando exercícios de alongamento (SCHMID; ALEJO, 2002).
TIPOS
O aquecimento divide-se em passivo, ativo, mental e instintivo.
· Aquecimento Passivo - é uma atividade na qual o atleta praticamente não realiza movimento algum. Exemplo: sauna, duchas quentes, massagens, fornos etc. (WEINECK, 1991; BATISTA, 2003; CHIESA, 2003). Deve ser utilizado como complemento do ativo (WEINECK, 1991).
· Aquecimento Ativo - divide-se em geral e específico (WEINECK, 1991; McARDLE; KATCH; KATCH, 1992; BATISTA, 2003; CHIESA, 2003).
* Geral - desenvolver as funções mais importantes do organismo mediante a estimulação dos principais grupos musculares, aumentando a temperatura corporal e temperatura muscular. Os exercícios gerais devem preceder os específicos.
* Específico ou Especial - é a continuação do geral, mas capacitando os grupos musculares que irão atuar no treinamento ou jogo de forma específica.
· Aquecimento Mental - imitação dos gestos que serão utilizados no treino ou jogo. Esta reprodução ativa involuntariamente o sistema nervoso e o coloca em prontidão para realização da atividade (WEINECK, 1991; CHIESA, 2003). Segundo ROLOFF, citado por WEINECK (1991) o aquecimento mental só pode ser utilizado em seqüências muito fáceis ou totalmente automatizado.
· Aquecimento Instintivo - acionado por estímulos dos centros nervosos cerebrais que produzem aumentos da freqüência cardíaca e respiratória, provocando aumento metabólico e elevando a temperatura corporal (CHIESA, 2003).
EFEITOS/BENEFÍCIOS
O aquecimento bem realizado pode ocasionar uma série de benefícios:
· Aumento da espessura cartilaginosa reduzindo o impacto sobre as superfícies articulares (BATISTA, 2003; CHIESA, 2003).
· Maior velocidade na contração e relaxamento muscular (WEINECK, 1991; McARDLE; KATCH; KATCH, 1992; SCHMID; ALEJO, 2002; BATISTA, 2003; CHIESA, 2003).
· Menor elevação na pressão arterial e menor elevação brusca da freqüência cardíaca (CHIESA, 2003).
· Melhoria da coordenação motora facilitando a realização de movimentos explosivos e de habilidade exigidos durante uma partida de futebol (POMBO; MORAIS, 1997a; SCHMID; ALEJO, 2002; BATISTA, 2003).
· Melhoria da oxigenação muscular pela facilitação da liberação de oxigênio pela hemoglobina ocasionada pelo aumento da temperatura corporal (McARDLE; KATCH; KATCH, 1992; SCHMID; ALEJO, 2002; BATISTA, 2003; CHIESA, 2003).
· Aumento da motivação (POMBO; MORAIS, 1997a; CHIESA, 2003).
· Menor incidência de lesões (WEINECK, 1991; BOSCO, 1994; POMBO; MORAIS, 1997a; SCHMID; ALEJO, 2002; CHIESA, 2003).
· Maior deficiência mecânica em virtude da menor resistência viscosa dentro dos músculos (McARDLE; KATCH; KATCH, 1992).
· Facilitação da transmissão nervosa e do metabolismo muscular nas temperaturas mais altas; um aquecimento específico também pode facilitar o recrutamento das unidades motoras necessárias numa atividade máxima subseqüente (McARDLE; KATCH; KATCH, 1992; BATISTA, 2003).
· Maior fluxo sangüíneo por meio dos tecidos ativos à medida que ocorre vaso dilatação com temperaturas mais altas (McARDLE; KATCH; KATCH, 1992; BATISTA, 2003).
· Estimula gradualmente processos psicofísicos até alcançar níveis muito altos de ativação neuromuscular e neuro psíquica (BOSCO, 1994).

FATORES QUE INFLUENCIAM O AQUECIMENTO

Uma série de fatores pode alterar a forma, a duração e a intensidade do aquecimento. Estes fatores são divididos em: endógenos e exógenos (WEINECK, 1991; POMBO; MORAIS, 1997a; BATISTA, 2003).
Endógenos:
· Idade - quanto mais idade tiver uma pessoa, maior será a preocupação com o aquecimento. Deverá ser mais longo e gradual.
· Condição de Treinamento - um aquecimento muito intenso poderá cansar um atleta com pouco condicionamento físico.
· Estado Psicológico - o estado psicológico do atleta no momento da atividade poderá influenciar positiva ou negativamente no resultado do aquecimento.

Exógenos:

· Hora do dia - com o sono há um desligamento ou amortecimento de diversas funções corporais. Com o passar das horas aumenta a circulação e a temperatura corporal. Portanto, o aquecimento realizado durante a manhã deve ser mais lento e gradual.
Melhor horário seria entre 5 e 6 horas da tarde, ocorre um rápido aquecimento.
· Modalidade Esportiva - observar as características de cada modalidade para executar exercícios específicos.
· Temperatura Ambiente - quanto maior for a temperatura ambiente, menor deverá ser o tempo de aquecimento. Em ambientes chuvosos e frios, a duração do aquecimento deverá ser mais prolongada.
FORMAS E DURAÇÃO
Ao programar e executar um aquecimento deve-se observar os conceitos descritos até o momento. Agora a questão é saber como executar os movimentos e em que ordem eles devem ocorrer?
Para SCHMID e ALEJO (2002); LATORRE e BARELLA (2003) devem-se iniciar com movimentos simples e lentos, aumentando gradativamente a intensidade, complexidade e velocidade até alcançar movimentos semelhantes ao jogo. Deve ser gradual o suficiente para aumentar a temperatura muscular e central (McARDLE; KATCH; KATCH, 1992).
SCHMID e ALEJO (2002); LATORRE e BARELLA (2003) colocam que o primeiro passo no aquecimento são os exercícios de alongamento e depois se realizam movimentos balísticos.
Principalmente para atletas que treinam todos os dias, é necessário haver uma constante variação das formas de aquecimento, inclusive utilizando exercícios recreativos, isso é um componente motivacional para o treinamento, (LATORRE; BARELLA, 2003).
A duração mínima de uma atividade de aquecimento deve ser de 10 minutos (LATORRE; BARELLA, 2003), mas o que irá determinar realmente o tempo de duração são os fatores endógenos e exógenos descritos anteriormente.
Entre o fim do aquecimento e o início da atividade, o descanso deve ser de 5-10 minutos, apesar de o efeito durar de 20-30 minutos (ISRAEL, citado por WEINECK, 1991; POMBO; MORAIS, 1997b).
POMBO e MORAIS (1997b) relataram um estudo no qual indivíduo aqueciam-se por 8 minutos em corrida contínua a 70% do VO2 máx. Foram utilizados vários protocolos (1o - descanso de 5 minutos; 2o - descanso de 10 minutos; 3o - descanso de 15 minutos; 4o - descanso de 20 minutos). Constatou-se que os indivíduos que descansavam mais de 10 minutos, demoravam mais para alcançar o VO2 máx. e o mantinham por menos tempo.
POMBO e MORAIS (1997b) ressaltam a importância do cuidado com o tempo de duração do aquecimento para não gastar as reservas energéticas e cansar o atleta.

CARACTERÍSTICAS PARA O FUTEBOL

É necessário observar os objetivos da sessão de treinamento. O aquecimento deverá ser diferente para um treinamento do que para o jogo (LATORRE; BARELLA, 2003).
Os atletas jovens, aproximadamente 12 anos, devem realizar um aquecimento com intensidade menor que os adultos, devido ao gasto calórico menor, maior temperatura muscular e evolução limitada dos sistemas biológicos (LATORRE; BARELLA, 2003).
Para jogadores de futebol é importante aquecer e preparar as articulações do tornozelo, joelho e coxofemoral (CHIESA, 2003).
Os exercícios devem compreender: tiros de no máximo 30 metros; movimentos de frente, costas, laterais e angulares; movimentos combinados da parte superior e inferior; trocas de direção e, saltos com uma e duas pernas (SCHMID; ALEJO, 2002).
A primeira parte do aquecimento não deve ter uma exigência anaeróbica, devendo a freqüência cardíaca ficar entre 130 e 160 bpm (POMBO; MORAIS, 1997b).
POMBO e MORAIS (1997b) definem uma seqüência para o aquecimento no futebol:
1. Exercícios técnicos com características aeróbicas de baixa intensidade (6 minutos);
2. Alongamento passivo (3 minutos);
3. Exercícios específicos com velocidade. Mini-jogos 5 X 5 (3-4 minutos);
4. Trabalho alático: 4-5 repetições, tiros de no máximo 10 metros (2 minutos);
5. Alongamento livre (2 minutos).
O autor, por meio de sua experiência prática e teórica coloca uma seqüência de movimentos que devem ser executados no aquecimento antes de uma partida de futebol:
1. Movimentos balísticos de baixa intensidade e velocidade, como deslocamentos de frente, laterais, costas etc. (3-5 minutos).
2. Exercícios de alongamento, ênfase nos grupos musculares dos membros inferiores (panturrilha, parte anterior e posterior da coxa, adutores, abdutores etc.). É importante não esquecer os membros superiores e, principalmente os músculos do pescoço, esses muito exigidos durante uma partida (3-5 minutos).
3. Exercícios técnicos realizados em duplas. Como: passe, cabeceio condução etc. Nessa etapa, aumentar a velocidade e intensidade dos movimentos (5-6 minutos).
4. Exercícios de deslocamentos e passes longos em grande espaço ou mini-jogos, simulando ações do jogo (3-5 minutos).
5. Novamente exercícios de alongamento, só que nessa etapa os atletas escolherão individualmente os grupos musculares que necessitam um novo estiramento. O preparador físico pode utilizar esse momento para motivar os atletas (2 minutos).

CONCLUSÕES

A exigência física durante um treino ou jogo é muito grande. Os atletas devem estar aptos há realizar diversos movimentos na maior amplitude e intensidade possível. Portanto, pode-se constatar a importância fundamental do aquecimento antes da prática do futebol.
Infelizmente muitas atividades de aquecimento estão baseadas no empirismo, ou seja, na tentativa erro/acerto e não em estudos científicos (POMBO; MORAIS, 1997a). O preparador físico deve estar atento às características físicas e fisiológicas da modalidade, para definir a intensidade, a duração e os tipos de exercícios a serem executados durante o aquecimento, evitando esse empirismo preconizado pelos autores acima.
Os membros da comissão técnica ou o professor devem estar atentos com a hidratação do atleta antes e após o aquecimento. Atividades em ambientes muito quentes e úmidos podem provocar desidratação muito rápida.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1) BATISTA, D. A importância do aquecimento na atividade física. Disponível em: <http://www.e-muitomais.com/web_pages/edfisica/artigo15otemas.html>. Acesso em: 8 out. 2003.
2) BOMPA, T. O. Treinamento Total para Jovens Campeões. Barueri: Manole, 2002. Cap. 3, p. 37-49.

Introdução
    No Brasil, o futebol é um fenômeno que cativa e impressiona pela sua grandeza. Esse manifesto é natural, mas, para tudo na vida tem a sua hora, especialmente no que tange a prática de esportes na infância. O esporte na infância deve ser tratado de maneira adequada, respeitando a individualidade da criança, independente dos interesses ou objetivos das instituições formais ou informais.
    O esporte deve se adaptar à condição técnica, física e psíquica da criança de forma compatível com as suas necessidades e possibilidades adequadas à sua maturação orgânica funcional. Mas, nem sempre esta perspectiva de respeito ao desenvolvimento infantil é o que acontece na prática, merecendo a atenção deste estudo, no sentido de captar, dentro da literatura especializada, as sugestões e propostas adequadas para intervenção nesta fase.

Iniciação Esportiva ao Futebol
    Para aprender a jogar um esporte qualquer, uma criança deve ter a oportunidade de experimentar um número grande de situações. Cada situação dessas será responsável pela abertura de um grande número de possibilidades, sendo que, cada possibilidade dessas, quando for experimentada, poderá abrir outras tantas.
Ao final de um longo processo, o acervo de possibilidades motoras, intelectuais, sociais, morais, e assim por diante, disponível no jovem que se formou nesse esporte, será imensamente mais amplo que no jovem formado em uma equipe ou escolinha que lhe impôs um sistema de super especialização (FREIRE, 2002).
    O primeiro fator a ser considerado são as fases de desenvolvimento físico da criança. Existe uma série de transformações ou mudanças da estrutura física da criança na faixa de idade da iniciação no futebol, compreendida nas chamadas categorias menores de 07 á 13 anos de idade.
    Conforme Figura 1, hoje, o futebol é dividido em categorias por idade cronológica, desde as chamadas categorias menores (fraldinha de 09 e 10 anos, dentinho de 11 e 12 anos, dente de leite de 13 e 14 anos):

    É importante considerar, na iniciação esportiva, a idade biológica, o nível de coordenação motora e o grau de inteligência para a elaboração das atividades a serem desenvolvidas pela criança, a fim de contribuir com o maior número de vivências motoras possíveis.
    Na formação de base, todas as coisas devem ser aprendidas por experiências as mais diversificadas possíveis.
    Haveria outro caminho a seguir no desenvolvimento esportivo que não esse percorrido tradicionalmente, que inclui, nos casos extremos, especialização precoce, contusões, limitações da inteligência, excessos de treinamento? Claro que há, e foi seguido por vários excepcionais atletas do futebol, entre eles, Garrincha, Pelé e Maradona, que aprenderam enquanto brincavam, como qualquer criança de vida normal. Fossem nossos técnicos esportivos melhores observadores, encontraria nesses fenômenos esportivos a orientação mais segura para suas pedagogias, prática do futebol, na iniciação esportiva, se manifesta através do jogo, nas diversas manifestações lúdicas que podem ser instituídas na aprendizagem do futebol.
    O jogador de qualidade é aquele que vivencia um número enorme de possibilidades e, para cada situação do jogo, ele encontra a melhor. O jogador de hoje tem poucas possibilidades, imposta por rotinas exaustivas e limitadas, portanto, formando um jogador de pouca qualidade, o que torna o jogo de menor qualidade com movimentos estereotipados, sem qualidade. Por isso, estamos cada vez mais frequentemente vendo jogadores de baixo nível técnico e equipes de péssima qualidade.

Aspectos físicos
    Alerta para os danos físicos que podem ser ocasionados pelo esporte altamente competitivo praticado em idade precoce.
    O trabalho muscular intenso excessivo, associado a sobrecarga emocional que a competição provoca, pode ocasionar perturbações no desenvolvimento normal da criança, principalmente no ritmo do crescimento em altura e no desenvolvimento somático, funcional e intelectual.
    O esporte competitivo implica treinamentos específicos de cada modalidade, o que poucas vezes vem ao encontro das necessidades fisiológicas da criança.
    Crianças só podem suportar esforços reduzidos, fisiologistas renomados, são unânimes em afirmar a importância de treinamento aeróbico para crianças.
Quando a intensidade e a freqüência das atividades competitivas são grandes e extrapola o ambiente escolar e grupal, exigindo da criança um grau de especialização incomum para a idade em que se encontra, passam a existir dúvidas consideráveis sobre se os benefícios para um desenvolvimento ótimo são importantes bastantes para se desprezarem os perigos de lesões e traumas psicológicos (às vezes irreparáveis).
    Um programa para iniciação esportiva, através do futebol, deve ser regular, equilibrado, voluntário, e agradável, de modo a dar atenção especial às necessidades, potencialidades e aspirações da criança.
    O futebol é um esporte muito complexo, por isso é muito importante que a criança, nos níveis de idade Fraldinha, Dentinho e Dente, tenham uma formação básica, desenvolvendo as habilidades físico-mentais: consciência corporal, coordenação, flexibilidade, ritmo, agilidade, equilíbrio, percepção espaço-temporal e descontração.

Treinamento Físico ao Nível de Idade:
Fraldinha (9-10 anos): desenvolvimento da psicomotricidade
Objetivos:
Formar o esquema corporal;
Trabalhar com atividades naturais e recreativas.

Atividades:

Desenvolver conhecimentos de espaço-temporal, lateralidade e domínio;
Desenvolver noções de tamanho, peso, altura, direção, profundidade e velocidade;
ritmo.

Dentinho (11-12 anos): a melhor fase para aprendizagem motora
Objetivos:
Aperfeiçoamento dos movimentos em geral;
Movimentos naturais ritmados.
Atividades:
Dinâmicas e sem formalidades com técnicas simples e com grandes variedades de exercícios;
Incorporar as técnicas motoras;
Desenvolver a criatividade.

Dente de Leite (13-14 anos): forma pré-desportiva, fundamentos desportivos, período de formação motora específica e, formação física de base: formação corporal, educativo de corrida, rendimento, criatividade e formação física técnica.
Objetivos:
Formação física de base;
Fundamentos desportivos.
Atividades:
Exercícios com deslocamento utilizando bolas;
Desenvolver destrezas técnicas.

Aspectos técnicos

    A técnica é uma particularidade do esporte. É uma ação motora perfeita que proporciona o maior nível de desempenho no atleta da forma mais objetiva e econômica possível. A técnica é comum a todos os atletas, e formada pelos fundamentos do esporte.
    No caso, o futebol é muito complexo e, por isso, necessita de uma aprendizagem motora adequada e habilidades específicas, o que, por sua vez, necessita de um acervo motor altamente qualificado.
    Na iniciação esportiva é fundamental falarmos primeiramente em aprendizagem dos movimentos (componentes motores básicos), mais especificamente, em psicomotricidade e, mais tarde, em desenvolvimento técnico (elementos técnicos).
    Ainda referindo-se ao trabalho do aspecto técnico na iniciação esportiva, comenta que, através da aquisição de bons hábitos motores, e do domínio de técnicas elementares, é que se fundamenta progressivamente o desenvolvimento técnico da criança.
    Poucos professores, nesse nível, são capazes de ir além do exaustivo exercício de repetir interminavelmente gestos absolutamente descolados do contexto do jogo. Outras modalidades, como o futebol, recrutam seus quadros entre os jovens que aprenderam, nas brincadeiras, a dominar a arte desse esporte.
    É o conjunto de fundamentos básicos que diferencia o futebol dos demais esportes, cuja peculiaridade está principalmente, no uso dos pés e pernas para executar as ações básicas para defender, atacar e marcar gols, entre outras partes do corpo.
    A metodologia deve ser baseada na variação dos exercícios a serem ministrados de acordo com o nível de idade (fraldinha, dentinho e dente), devendo ser programada quanto à complexidade, intensidade e duração. Nestes níveis de idade, os trabalhos técnicos devem ser formados por ações básicas, não visando à técnica propriamente dita, sem o aperfeiçoamento e sim, objetivando a aprendizagem dos movimentos.
     Os esportistas com melhor treinamento em coordenação aprendem uma técnica esportiva mais rapidamente do que aqueles cujo repertório de movimentos é limitado e cuja coordenação é deficiente.
    Ainda segundo o mesmo autor, o treinamento das capacidades coordenativas relaciona-se em muitos pontos com o treinamento da técnica e com seus requisitos imediatos.
Treinamento Técnico ao Nível de Idade:
Fraldinha (9-10 anos):
Aquisição de novos movimentos (ampliação do repertório motor).

Dentinho (11-12 anos):
Melhor fase para a aprendizagem motora;
Capacidade de ampliação do repertório de movimentos;
Variado e pouco direcionado para um maior desenvolvimento técnico.

Dente de Leite (13-14 anos):
Favorável para o ensino da técnica geral e para a instrução básica.

Aspectos táticos

    O ensino e o desenvolvimento da tática e da técnica requerem uma grande capacidade intelectual do atleta. A eficácia da tática, especificamente, depende da capacidade de percepção, antecipação e tomada de decisão, o que reflete a capacidade tática e experiência motora do atleta.
    A tática esportiva é baseada sobre a capacidade cognitiva, técnica adquirida e capacidade psicofísica e direcionada para um comportamento ideal em competições, mobilizando todo o potencial individual.
    É comum esquecermos que o desempenho esportivo também se relaciona aos processos cognitivos, emocionais e à vontade.
    O treinamento da tática não deve ser prioridade e nem enfatizado na formação esportiva na infância. Nesta fase, deve-se priorizar e ensinar a tática através de jogos. O desenvolvimento da tática não se dá através de um treinamento complexo e sistemático, e sim, nas ações do jogo que se justifica a importância do comportamento tático do jogador para o rendimento esportivo, constituindo-se nas inter-relações dos fatores do jogo: espaço, tempo, situação, cooperação, oposição e bola.
    O desenvolvimento intelectual e técnico na formação esportiva está propício para informações básicas e para uma tática geral.
    Os alunos de uma escola de futebol devem receber também formação teórica, obedecendo ao seguinte critério: quanto menos idade tiver o aluno, menos teoria; quanto mais idade.
    O treinamento esportivo na infância deve ser baseado no desenvolvimento intelectual, técnico e físico do indivíduo, e acompanhado de um aprendizado tático e motor adequado, isto é, os iniciantes devem ser estimulados a perceber as informações relevantes da situação, a fim de decidirem corretamente que gesto motor executar em cada situação. Sendo assim, é preciso que os iniciantes sejam capazes de executarem esquemas táticos de forma consciente com autonomia e criatividade.
    As capacidades táticas estão em direta relação de interdependência e em interação com as capacidades cognitivas, técnicas e físicas.
    A tática está diretamente relacionada aos aspectos físicos, técnicos e psicológicos, e por este motivo estes aspectos estão aqui sendo citados em uma ordem pedagógica.
    A tática depende de 3 aspectos: posição, função e característica do jogador. Esta estritamente correlacionada ao desenvolvimento cognitivo, ou seja, a inteligência do jogador (percepção).

Treinamento Tático ao Nível de Idade:

Fraldinha (09-10 anos):
Não há posicionamentos definidos;
Noções básicas de espaços do campo (defesa, meio e ataque).

Dentinho (11-12 anos):
Posições específicas do futebol (forma de rodízio);
Reconhecer os espaços do campo.

Dente de Leite (13-14 anos):
Definir posições;
Fase inicial da preparação tática.

Metodologia
    Este trabalho de pesquisa bibliográfica está restrito a análise descritiva referente a metodologia da iniciação no futebol, onde a realidade esportiva na modalidade é excessivamente competitiva em que as crianças estão expostas as variáveis dos aspectos físicos, técnicos e táticos que operam sobre o desempenho esportivo.
    A finalidade deste trabalho é propor uma metodologia de treinamento adequada a faixa etária de 07 a 13 anos, nas chamadas categorias Fraldinha, Dentinho e Dente de Leite, a fim de contribuir com discussões a cerca da participação da criança na iniciação do futebol em relação aos aspectos físicos, técnicos e táticos.

Considerações finais

    Primeiramente perguntarmos as nossas crianças se é isso mesmo que elas querem, atendendo as suas necessidades, não as dos pais, técnicos, dirigentes ou a outros interesses alheios aos dos agentes principais: as crianças.
    A criança precisa aprender e conviver com o esporte, vivenciar diferentes situações, construir idéias e valores, descobrir sentimentos e incorporar transformações sociais, afetivas, intelectuais e motoras essenciais para a formação do caráter do indivíduo e para o seu futuro esportivo.
    
É na escola de esportes que a criança terá atividades proporcionais nos solos e na água, correndo, saltando, arremessando e agarrando, iniciando inclusive contato com bolas e outros objetos próprios para o desenvolvimento de sua coordenação motora.
    A otimização do treinamento infantil e de jovens requer um conhecimento básico das condições vigentes em cada faixa etária. Somente este conhecimento possibilita estabelecer um treinamento adequado às necessidades de crianças e jovens.
    Em relação aos aspectos físicos, as atividades aeróbicas são as mais indicadas para esse nível de idade. Trabalhos multilaterais de longa duração e pouca intensidade. Haja no processo de ensino-aprendizagem uma preparação multilateral do indivíduo, trabalhos de coordenação geral, preocupação com o período sensitível, competição a nível escolar de forma reduzida ou informal.
    A iniciação ao futebol é ideal para adquirir habilidades coordenativas motoras básicas. A princípio, o treinamento técnico deve objetivar a aprendizagem de movimentos, e não o gesto técnico específico do futebol.
    A estratégia ou planejamento tático deve ser simples sem muitas variações de jogo (defensivas e ofensivas), podendo ser em forma de jogos reduzidos com elementos e objetivos essenciais ao jogo formal.
Referências bibliográficas

CARAZZATO, J.G. Atividade física na criança e no adolescente. In: GHORAYEB, Nabil; NETO, Turíbio L. Barros. O Exercício: preparação fisiológica, avaliação médica, aspectos especiais e preventivos. São Paulo: Editora Atheneu, 1999. P. 351-361.
FREIRE, João Batista. Pedagogia do Futebol. 2. ed. Campinas: Autores Associados (Coleção educação física e esportes), 2003.
FREIRE, João Batista. A especialização precoce no esporte. De Corpo Inteiro. decorpointeiro.com.br.
FRISSELLI, Ariobaldo. Cuidado: Futsal Menores. Boletim Técnico Científico (APEF), Londrina, ano 3, n. 3, jul. 1994.
GRECO, Pablo Juan; BENDA, Rodolfo Novellino (org.). Iniciação Esportiva Universal 1: da aprendizagem motora ao treinamento técnico. 1º Reimpressão. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2001.
LUCENA, Ricardo. Futsal e a Iniciação. Rio de Janeiro. Sprint, 3º edição, 1998.
NAHAS, Markus Vinícius. A competição e a criança. Comunidade Esportiva, Universidade Federal de Santa Catarina (Centro de Desportos), p. 2-5, 1980.
NEGRÃO, Carlos Eduardo. Os mini-campeões. Caderno de Pesquisa - Laboratório de Avaliação da Escola de Educação Física - USP, São Paulo, (34), p. 28-33, ago. 1980.
WEINECK, Jurgen. Treinamento Ideal. 9º edição, São Paulo: Manole, 1999.
TRABALHO EM EQUIPE:
Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo, Kaká, Adriano, Robinho. A Seleção Brasileira, favorita absoluta para ganhar de lavada a última Copa do Mundo, era sem dúvida uma constelação de estrelas de primeira grandeza. Poucas semanas antes do mais famoso campeonato de futebol do mundo, uma revista semanal divulgou uma estimativa, avaliando a Seleção, titular e reserva, em mais de 1 bilhão de reais. Tanto talento e cifras tão elevadas de nada valeram. O que se viu foi um completo fiasco. A maioria dos especialistas não hesita em apontar como principal culpado pela perda do título a incapacidade do grupo em se transformar em uma verdadeira equipe.
Mas qual seria a diferença entre grupo e equipe? Numa equipe não há espaço para egos nem vaidades, seus componentes exercitam a humildade, zelam pela paz e pelo respeito, prezam a satisfação, vibram com o sucesso dos colegas e – principalmente – estão preocupados com resultados que sejam favoráveis ao grupo e não os que valorizem unicamente o passe deste ou daquele jogador. Uma verdadeira equipe entende que um bom resultado não vem por acaso, mas é fruto do desempenho e do comprometimento de todos. Infelizmente não foi isso o que vimos nas atuações do Esquete Canarinho.
Mas o trabalho em equipe não é fundamental só para os esportes coletivos. Numa ótica, por exemplo, jogar afinado é garantir o sucesso de todos: seja no ataque, reconhecendo as necessidades do cliente e realizando boas vendas; seja atuando no meio-de-campo, auxiliando os companheiros a prestarem um bom atendimento, mantendo, por exemplo, os produtos sempre organizados nas prateleiras ou servindo um cafezinho; ou na defesa, garantindo que as receitas sejam aviadas com eficiência. Enfim, o lema que deve reger uma equipe é aquele levado à risca pelos personagens do livro Os Três Mosqueteiros: “um por todos e todos por um”.
 Um bom trabalho em equipe está ao alcance de todos. A seguir algumas dicas de como fazer de seu grupo um time de vencedores, ou melhor, de campeões absolutos de vendas.
Saiba compartilhar - É fundamental para o trabalho que você saiba dividir as tarefas e responsabilidades. Nunca parta do princípio que você é o único que sabe fazer determinada tarefa. Os “fominhas de bola”, na maioria das vezes, desperdiçam excelentes chances de gol por não quererem passar a bola para os seus parceiros.
Aceite a opinião e o talento alheio – É muito importante reconhecer quando a idéia de um colega é melhor que a sua ou quando ele realiza melhor que você determinada tarefa. Ou seja, não faça questão de bater o pênalti só para aumentar o seu saldo de gols e chegar à artilharia. Deixe que o melhor batedor da sua equipe o faça. Não se esqueça: o que importa é a vitória da equipe.
Preserve a harmonia - Se seu colega “pisou na bola” dê a ele mais uma chance. Errar é humano. Alguns dos maiores craques da história do futebol tiveram suas carreiras quase arruinadas por não conseguirem conviver bem com os colegas.
Seja participativo e solidário - Dê o seu melhor e procure ajudar os seus companheiros a fazer o mesmo. Auxilie sempre que possível. Isso funciona em mão dupla: deixe seu orgulho de lado e peça ajuda sempre que precisar. Isso às vezes significa dar o gol de bandeja para seu colega. Não se preocupe. Ele lhe retribuirá algum dia. Aí então é só receber a pelota, concluir e correr para o abraço.
 Cuidado com as críticas - Elas são importantes desde que sejam construtivas e direcionadas às idéias e não às pessoas.
Planeje - Assim como num time de futebol, é necessário traçar táticas e metas para alcançar o gol, no caso, boas vendas.
Aproveite o trabalho em equipe - Você pode fazer grandes amigos, aprender muito e ainda tornar-se o artilheiro da competição.



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