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A PARTIDA DOS TRÊS ANTÔNIOS


    Na caminhada desta longa estrada, cujo destino a gente não sabe qual é e nem quando é, conhecemos pessoas fantásticas, lindas, horríveis, abençoadas, medíocres, algumas amamos, outras detestamos, muitas admiramos.
 
    E nesta minha caminhada, com tristeza e dor no coração, num curto espaço de tempo, perdi três amigos que eram fantásticos, visto que no tempo de nosso convívio, prevaleceram sinceridade, colaboração mútua, bons trabalhos, sonhos em comum, amizade, enfim!
 
    Estou falando de Antonio Vasconcelos, Antonio Juliano e Antonio Carvalho. Pois não é que esses três Antônios resolveram morar no Céu quase que ao mesmo tempo, deixando uma lacuna irreparável nos corações de seus muitos amigos?. Sim, devem ter ido para o Céu, já que é para lá que, segundo prevê a crença popular, vão as boas pessoas.
 
    Antonio Vasconcelos partu antes, sem aviso, só fiquei sabendo algum tempo depois. Fiquei muito chateado com nossos amigos em comum pela falta de aviso, mas talvez  tenha sido melhor assim! As lágrimas que certamente derramaria, ficaram contidas.
 
   Meu amigo Vasco foi uma das pessoas mais talentosas e sonhadoras que conheci. Com ele, com a Sueli, com a Otília, com a Lídia, com o Gutierrez, com a Lindomar, com a Maria José, fizemos durante um bom período, um dos maiores jornais de São Paulo, o Notícias de Itaquera. Em minha carreira, redações por onde passei como a gigante Folha de S.Paulo, a inovadora Folha da Tarde, o valente Diário de Guarulhos, não se comparam àquela turma: éramos, na verdade, todos uns sonhadores, mas fazíamos a coisa bem feita.
 
  O Vasconcelos era o meu companheiro: na Vila Chuca, na Cidade Líder, na Vila Carmosina, em Brasília, no Viaduto do Chá e na Praça da Sé brigando pelas eleições diretas, levando chá-de-cadeira do Jânio Quadros no Guarujá, entevistando gente importante e outras nem tanto para O Ano da Esperança, fizemos nossa caminhada, enquanto, nas horas vagas, o Vasco escrevia poesias e livros, um deles que nos levou de volta aos anos 60. Formou-se jornalista com muito sacrifício e num último trabalho juntos produzimos um documentário para a TV Universitária, via Unicsul. Foi embora! É triste saber que jamais o verei para juntos bolarmos planos para um mundo melhor....
 
   Antonio Juliano conheci rapidamente em Osvaldo Cruz, minha cidade Natal. Brilhante locutor da Rádio Clube, tinha na voz a poesia que só emana dos grandes talentos do rádio. Ali também ficou marcada um pouco da minha história: com Juliano, J.Miguel, Dorival Treviso, Pedro Panvéchio, Joanildes de Oliveira, iniciava tragetória em rádio. O tempo passou, os destinos foram diferentes, mas, através da Cecília Takamura, sua esposa, o reecnontrei morando na Cohab II, em Itaquera. Conversamos por telefone, relembramos o passado, ficou sabendo que um de meus filhos chama-se Juliano...nao deu tempo para abraçá-lo pessoalmente. Foi embora! É triste saber que sua voz nunca mais será ouvida...
 
    E, por fim, quem também resolveu partir foi o Tarzan...o Antonio Carvalho, locutor de voz bonita, de pensamentos lindos, de caráter exemplar. Com este, o jovem jornalista aprendeu a ser radialista, se é que aprendeu! Com 39 anos de trabalho na Rádio Bandeirantes, a melhor de São Paulo e uma das maiores do Brasil, fez história com suas frequências balançadas, cirandas da cidade, arquivos musicais e grande sampa, enquanto comentava os grandes mistérios da vida.
 
   Com Antonio Carvalho, esta caminhada concretizou sonhos de estar ao lado de gente como Hélio Ribeiro, Walker Bláz, José Paulo de Andrade, Salomão Esper, Antenor Bicudo, Márcio de Paula. O locutor de Lavras, com o convívio nas rádios São Paulo e Bandeirantes, ensinou o mais importante: ser sempre humilde, não esquecer as origens, ser você mesmo. Foi embora! É triste saber que não se ouvirá mais sua voz portentosa desejando que o dia de hoje seja melhor que ontem e pior que amanhã...
 
   Não leremos mais as poesias do Vasconcelos, não ouviremos mais a voz suave do Juliano, não ouviremos mais as mensagens do Carvalho.
 
   Mas nos corações das pessoas que estão em vida construindo algo de útil, fazendo do trabalho motivações para gerar alegria, paz e felicidade, esses três Antonios não foram embora. Estão esperando os amigos no outro lado da eternidade, mas deixando todos tristes pela eterna saudade.
 
                                                                       MOACYR CUSTÓDIO

 
 
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