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A Crônica da Semana SEBASTIÃO ELETRICISTA, O CRIADOR DO BLOCO DA BONECA

A Crônica da Semana

SEBASTIÃO ELETRICISTA, O CRIADOR DO BLOCO DA BONECA

Antonio Machado                   

        Rebuscando a história social olhodaguense, fui encontrar a figura carnavalesca do cidadão Sebastião Oliveira Duarte, mas conhecido por Sebastião Eletricista,tendo nascido no dia 20 de maio de 1.915, em Dois Riachos, sendo filho do casal João José Pereira e Maria Cândida Duarte, tendo sido trazido para Olho d’ Água das Flores, pelas mãos do comerciante Antônio Palmeira de Abreu no final dos anos de 1.936, quando comprou o gerador de energia elétrica ao cidadão Joel Marques, por necessitar de uma pessoa para operar o motor gerador de energia, sendo Sebastião Eletricista entendido no assunto, veio residir neste Povoado na época. Em se aqui chegando, e sendo muito festeiro, adaptou-se com facilidade a comunidade local, granjeando amizade da sociedade olhodaguense. Em 1.936,registra-se o primeiro carnaval de Olho d’ Água das Flores, com um bloco muito apimentado para a época, desfilavam as moças mais bonitas e destacadas da sociedade, no cordão da primeira fila puchava, as jovens D. Terezinha Lopez e D. Francisquinha, sendo esta já falecida, quando arrancaram enormes aplausos da população. Não demorou, Sebastião Eletricista,inserir-se nesse contexto social, tendo anos mais tarde, presumivelmente, em 1.939,criado a boneca, que ele chamava de “sogra” e desfilava pelas ruas no período momesco, sendo acompanhado por um grande número de foliões, o bloco da boneca como ficou conhecido, tornou-se um marco dentro do carnaval olhodaguense.
        Posteriormente, Sebastião casou com D. Lindaura Oliveira Duarte, sendo pai de um casal de filhos, Ernandes e Neidinha, quando ela veio a falecer, Sebastião, casou em segunda núpcias com Terezinha Vieira da Silva, onde foi pai de mais outro casal: Mariza e Júnior. Dedicou-se Sebastião a profissão de motorista e comerciante. Anos mais tarde, adoeceu, e no carnaval de 1.980, despediu-se da festa que mais gostava,brincar, o carnaval, diante disto, doou de presente sua boneca a “sogra” a Elias Abreu, dizendo-lhe que não o deixasse o bloco da boneca morrer, e daí em diante Elias saía no carnaval sempre acompanhado de muitos outros foliões. Sebastião Eletricista, recolheu-se a seu lar,mas sempre doente, onde veio a falecer no dia 08/10/1.995, aos oitenta anos de idade, sendo sepultado nesta cidade,tendo deixado um lastro de amigos e muita história como folião sempre levando alegria ao povo. E Elias, infelizmente, fora barbaramente assassinado no dia 13 de fevereiro de 2.003, em sua residência, e o sanfoneiro Cícero de Zé Veio que acompanhava Elias no bloco , já havia falecido.
        Para resgatar essa parte da cultura olhodaguense os irmãos Dr. Edílson e Ediekson Matias, juntamente com outros amigos, no carnaval de 2.004, com a mesma boneca de Sebastião e Elias, cuja relíquia foi entregue a Ediekson por Maria, irmã de Elias, organizaram um bloco e percorreram as ruas da cidade sendo muito aplaudidos. No ano seguinte, Prefeito Nem, juntamente com seu irmão Tônio dos Anjos, mandaram a bonequeira Lal a, fazer 20 réplicas da boneca onde com os amigos, reviveram os tempos áureos do bloco da boneca. Este ano de 2.007, o bloco já contou com cerca de 35 bonecas tudo feito artesanalmente pelas mãos cuidadosas da bonequeira Lala, o bloco da boneca como é conhecido sai sempre na quinta-feira que antecede o sábado de Zé Pereira do carnaval. E tudo começou com Sebastião Eletricista, o maior folião que esta terra já teve. Resgatar essa história até meio hilariante, é resgatar nossa própria cultura, as raízes do povo olhodaguense.


*Antonio Machado é historiador e escritor, Membro da ACALA - (Academia Arapiraquense de Letras e Artes) - e da AAI - (Associação Alagoana de Imprensa) -

Fonte: www.olhodaguaweb.com

 
 
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