no site na web Voltar ao inícioHomePesquisarPesquisarMapa do siteMapa do Site

O ADEUS À DOM PAULO, O AMIGO DO POVO

Em 14 de setembro de 1921 nasce em Forquilhinha, município de Criciúma, Santa Catarina, um menino, filho dos agricultores Gabriel Arns e Helena Steiner Arns. Recebeu o nome de Paulo Evaristo Arns. O menino nasceu predestinado para ser um dos grandes brasileiros, reconhecido depois como o padre dos pobres, defensor da periferia e bravo lutador contra a ditadura militar que assolaria o país por mais de duas décadas. Dom Paulo Evaristo Arns faleceu, aos 95 anos, na manhã de quarta-feira (14/12), em São Paulo. Seu corpo foi sepultado na cripta dos santos padres na Catedral da Sé. O cardeal Dom Paulo foi arcebispo da maior arquidiocese do mundo, a de São Paulo, e permaneceu como bispo emérito da cidade até a morte. Dom Paulo, com 18 anos de idade, ingressou na Ordem Franciscana, em 1939, e concluiu o curso de Filosofia, em Curitiba-PR. Em 1945, foi ordenado padre em Petrópolis-RJ. Dois anos depois foi para Paris, França, onde estudou Letras na Universidade de Sorbonne e fez doutorado sobre “A Técnica do Livro de São Jerônimo”. Em 1966, foi nomeado Bispo pelo Papa Paulo 6º. E passou a auxiliar Dom Agnelo Rossi, em São Paulo. Em novembro de 1970, toma posse como Arcebispo de São Paulo, tornando-se também grão-chanceler da PUC (Pontifícia Universidade Católica) até 1998. Um dos momentos mais marcantes da vida de Dom Paulo Evaristo Arns aconteceu em 1971, quando se encontrou com o então presidente Emílio Garrastazu Médici e denunciou a tortura no país.  
 Em 1972, Dom Paulo lançou o primeiro documento importante da igreja sobre os direitos humanos, intitulado “Testemunho de Paz”. Dom Paulo foi elevado a Cardeal em 1973 por ordem do Papa Paulo 6º. Neste mesmo ano, toma uma atitude ousada e Resultado de imagem para Dom Paulo Evaristo Arnshumanitária: vendeu o palácio episcopal, propriedade histórica da Igreja Católica em São Paulo, por US$ 5 milhões, que foram usados para a construção de centros comunitários na periferia. Em 1975, ano pesado no Brasil dirigido pelo regime militar, Dom Paulo iniciou uma série de apelos em defesa da anistia (haviam muitos brasileiros exilados e proibidos de retornarem ao país). Celebrou, na Catedral da Sé, o histórico e marcante culto ecumênico em memória do jornalista Vladimir Herzog, assassinato em dependências da polícia por representantes da repressão aos direitos de liberdade de expressão. O cardeal esteve no velório do jornalista ao lado de seus familiares e colegas. Inspirou a música “O Bêbado e a Equilibrista”, de João Bosco, celebrizada por Elis Regina. Em 1980, recebe no Brasil o Papa João Paulo 2º. e defende os líderes das greves do ABC, lideradas pelo então sindicalista Luiz Inácio da Silva, o Lula, que depois se tornaria presidente. Em 1985, lança o livro “Brasil: Nunca Mais”, com informações dos arquivos militares oficiais sobre uso da tortura durante o regime. Em 1998, Dom Paulo celebra missa de despedida como cardeal arcebispo de São Paulo. Em 24 de maio de 1998 torna-se arcebispo emérito da cidade. Em 1989, Dom Paulo foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz. Dom Paulo Evaristo Arns foi acima de tudo um homem simples, humilde e defensor da justiça. Uma de suas frases mais significativas foi “Eu Gostaria de Ser Lembrado Como Amigo do Povo”. E será para sempre.

Moacyr Custódio



Resultado de imagem para Dom Paulo Evaristo Arns



 
 
Voltar Topo Indicar a um amigo Imprimir
 
JORNAL SÃO PAULO CENTER  (11) 4395-0925 ou WhatsApp (11) 9-8487-4996