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PRONTO SOCORRO DA SANTA CASA DE SÃO PAULO CONTINUA FECHADO

Sem prévio aviso e em pleno horário de intensa demanda de pacientes, a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo fechou o Pronto Socorro de seu Hospital Central, localizado na rua Cesário Mota Júnior, no bairro de Santa Cecília. A decisão foi tomada na tarde da terça-feira (22) e comunicada através de cartazes colocados nas duas entradas da instituição. Com o fechamento do PS, a Santa Casa suspendeu o atendimento a casos de urgências e emergências. Uma média de cinco mil pessoas são atendidas diariamente no pronto socorro, entre elas vítimas de acidentes de trânsito que tem média altíssima na Capital. Na quarta-feira também estavam suspensas a marcação de consultas eletivas. O motivo alegado é a total falta de recursos financeiros, o que provocou, também de uma hora para outra, a suspensão da entrega de materiais e medicamentos básicos por parte dos fornecedores. “Falta dinheiro. Nós fomos chegando a um ponto em que os fornecedores não querem mais fornecer porque nós estamos devendo”, disse na quarta-feira de manhã o provedor Kalil Rocha Abdala, que foi reeleito para o seu terceiro mandato em abril deste ano. “Nós não estamos conseguindo comprar o material necessário para o funcionamento do pronto socorro. Temos uma situação financeira aflitiva”, acrescentou. Segundo o provedor, “não tem material nenhum”. “Não tenho seringa, não tenho esparadrapo, não tenho remédio”, disse de forma direta o provedor Abdalla, advogado de 72 anos, que também foi candidato à presidência do São Paulo F.C. este ano e foi derrotado por Carlos Miguel Aidar. A dívida da Santa Casa apenas com os fornecedores chega a R$ 50 milhões e o total da dívida foi avaliado no mês passado em R$ 350 milhões. Os recursos do hospital vêm de repasse dos governos federal e estadual e do SUS (Sistema Único de Saúde). O provedor afirma que os pagamentos feitos pelo SUS estão defasados, cobrindo apenas metade do valor dos procedimentos. “Há 10 anos a tabela do SUS não é reajustada”, informou Abdalla. Informado sobre a situação da Santa Casa de São Paulo, o Ministério da Saúde afirmou, em nota, que está repassando R$ 168 milhões à instituição de um total de R$ R$ 345 milhões que serão repassados em dois anos. Já o Governo do Estado informou que tem R$ 303 milhões previstos para 2014. Segundo o governador Geraldo Alckmin (PSDB), o governo destinou R$ 511 milhões extras para 125 santas casas, dentro do programa “SOS Santas Casas”. Quanto a reabertura do pronto socorro e a volta a normalidade nos atendimentos, o provedor foi taxativo: “preciso de dinheiro para pagar os fornecedores”, disse ele. Uma reunião emergencial entre as autoridades da área da Saúde estava marcada para a tarde de quarta-feira. Os pacientes que normalmente são atendidos na Santa Casa estavam sendo encaminhados ao Hospital das Clínicas e outros hospitais públicos de referência. Na manhã de quarta-feira, o Governo do Estado anunciou a liberação de R$ 3 milhões. Até o fechamento desta edição a situação estava inalterada. A Santa Casa de São Paulo é considerado o maior hospital filantrópico da América Latina. São oito mil atendimentos diários em todas as suas unidades, cerca de 3,5 milhões por ano. É uma instituição secular, fundada em 1.560. O prédio da Santa Cecília, que inclui também o Hospital Santa Izabel, foi inaugurado em 1884. Em todas as unidades são 2.510 leitos. O total de funcionários é de 18 mil pessoas. MOACYR CUSTÓDIO (moacyrcustodio@spcenter.com.br) Curtir

 
 
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